segunda-feira, novembro 08, 2004

Duas palavras bonitas

Decidi explorar o potencial ridículo de frases tão em moda hoje em dia:
Partirei da minha preferida e daí formularei umas quantas mais tendo em conta o carácter inerente da primeira.
As palavras são:
"Descriminação positiva"
Daqui partimos para uma parafernália de frases construídas a partir da lógica da primeira, i.e., da lógica do absurdo:
Racismo tolerante

Egoísmo altruísta

Tortura benovolente

Arrogância humilde

Brutalidade suave

Golo falhado

Quente gelado

Político preocupado com o povo

e muitas, muitas mais.




quinta-feira, novembro 04, 2004

Digámos não!

Ele ganhou e não vale a pena estar a discutir mais isso. Se bem que era bom que a América se fodesse sozinha.
Mas leio as cartas e rápidamente relembro que há bem mais aqui com que me preocupar. Daniel Sampaio fala-nos bem de dentro e de problemas que não podemos ignorar. E jovem como sou não encontro paternalismo de qualquer espécie mas unicamente um apelo. Um apelo que faço a mim e áqueles que me rodeiam. Suas palavras vão de encontro a uma realidade inegável. A ameaça de retrocesso democrático, de negação de um contrato social é cada vez maior e a minha geração está silenciosa. O humor cresceu a olhos vistos, como acontece sempre em tempo de crise, mas é necessário acordar pois a crise é aspecto pouco quando nos querem roubar aquilo que foi alcançado, ou melhor, conquistado, em consequência do 25 de Abril. A prepotência, a arrogância, a falsidade abunda neste governo que cada vez mais mostra todo o seu carácter de direita. A conservação de interesses económicos é factor único. O lucro o objectivo. Não a igualdade social, não a elevação ética, moral e cultural do cidadão. Quem não o vê, limita-se a não o querer ver. E é triste para mim analisar a minha geração. Uns simplesmente não possuem qualquer tipo de discernimento politico-social (apesar de instruidos) e ouvimos dizer: "a política não me interessa". Perguntamos: "Estás morto?". Outros colaboram com o governo. E isto é triste, especialmente quando vemos isso na vida estudantil, em que muitos creem que uma associação de estudantes é o primeiro passo para a vida política. Os tachos formam-se cedo. E não vemos o movimento estudantil como uma força política independente e progressista como deveria ser, mas antes um trampolim para o mundo político. E isto entristece. Mas há ainda os revoltados, mas não existe coerência, nem uma real união. Existimos (incluo-me nestes últimos. Mea Culpa) dispersos e não poderemos jamais ser voz de revolta. Ainda se riem de nós. E eu não gosto que se riam de mim.
E tu, gostas que se riam de ti?

Digámos não!