sábado, setembro 10, 2005

Já vai tarde, mas aqui vai


Fernando Távora 1923 - 2005

Nasceu no Porto a 25 de Agosto de 1923. Licenciou-se em Arquitectura em 1952, na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde viria a ser professor. Foi presidente da comissão para a criação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e professor catedrático desta faculdade. Foi, igualmente, professor do departamento de arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e doutor honoris causa por esta universidade.
Integrou o famoso Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa (1955), cujo trabalho de campo permitiu demonstrar que a arquitectura portuguesa tinha uma variedade enorme, não havendo uma «casa portuguesa». Este tema já o acompanhava nas suas reflexões, pois tinha publicado o texto «O Problema da Casa Portuguesa» (1947), problema a que voltaria mais tarde, na publicação «Da Organização do Espaço» (1962 e 1982).
Participou em numerosos congressos, entre os quais os últimos Congressos Internacionais de Arquitectura Moderna, os célebres CIAM. Num deles, apresentou a Casa de Ofir, um momento de especial relevância na história da arquitectura portuguesa: nesse tempo, a arquitectura nacional acertava o passo com o que se passava no mundo e as vanguardas passaram a estar na mira do traço dos arquitectos portugueses.
Sobre esse momento, Fernando Távora disse que se tratou não de uma revolução mas de uma «evolução». Explicando: «Eu tenho uma característica que é fundamentar muito os edifícios relativamente às circunstâncias, ao momento e ao lugar». A Casa de Ofir revelaria essa característica. «Eu achei interessante levá-la ao CIAM porque estava a gozar-se já de uma certa liberdade. Depois, começou a descer, os ventos começaram a cansar-se».
Diversas exposições tiveram como tema o seu trabalho, no Smithsonian Institution de Washington, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, na Fundação Calouste Gulbenkian, no Museu Soares dos Reis do Porto, na exposição «Europália 1991», na Trienal de Milão ou na Bienal de Veneza.
Ganhou o primeiro prémio de arquitectura da Fundação Calouste Gulbenkian, o Prémio «Europa Nostra» (pela Casa da Rua Nova, em Guimarães), o Prémio Turismo e Património de 1985 e o Prémio Nacional de Arquitectura de 1987 (pela Pousada de Santa Marinha, também em Guimarães).
Estava já previsto que Fernando Távora fosse a figura central das comemorações do Dia Mundial da Arquitectura, que se celebra no início de Outubro, por parte da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos.
Fernando Távora faleceu no dia 3 de Setembro de 2005, aos 82 anos, e o seu corpo foi cremado no final da manhã do dia 5 de Setembro, no cemitério do Prado do Repouso, no Porto.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Soares, Cavaco ou o voto em branco

Diz o El País que a política em Portugal está morta, prova disso o resurgimento de velhos dinossauros, como Cavaco e Soares, a fugida de Barroso ou ainda antes a desistênciade Guterres. Se já todos perceberam isto porque é que em Portugal ainda ninguém chegou lá?