terça-feira, dezembro 28, 2004

A K.

Primeiro de tudo, o comentário foi o primeiro realmente crítico. Por isso estou agradecido. Procuro sobretudo o debate de ideias com este blog. É certamente a primeira vez que tal acontece. Terá sido com o texto que em meu entender menor razões apresentava para tal. Não é pretencioso e muito menos de "apologia depressiva" daquilo que representa o Natal. Passo o Natal com imensa alegria e sinto-me um terrorista da alegria quando vou às compras. Chego mesmo a sentir, por breves instantes, que as decorações não são pirosas :) E no Natal é, de facto, "mais fácil sorrir". Este texto, básico, sem qualquer pretensão, é um mero desabafo, não porque quero mudar o mundo, mas porque o mundo não quer ser mudado, aliás acredito que falar em mudar o mundo é, no mínimo, ingénuo, até mesmo infantil, e deverá ser apenas discutida a capacidade que possuímos de mudar a nós próprios mantendo, é claro, a esperança que o mundo mude connosco. EU fico abstraído do mundo nesta época, mas isso não significa que ele não exista lá fora. E pior que não saber é não querer saber. E doce K, o mundo ainda gira no Natal ,tanto no bom, como no mau. Mas jamais contenhas a tua alegria. Assim como, pelo menos assim me parece, jamais deverás esquecer que há muito a mudar, mesmo no Natal. Um dos grandes males deste mundo é precisamente o não "pensar os problemas que este mundo nos proporciona". E agora que penso nisso deveriamos todos, inclusivé eu, porque também esqueço, também prefiro esquecer, aprender que os valores humanos não devem ser esquecidos em determinadas épocas e reacendidos noutras. Talvez os teus valores sejam diferentes dos meus. Talvez prefiras passar esta época festiva sem reflectir sobre aquilo que vai mal. A mim parece ser a época ideal para isso.
Talvez o desastre provocado pelo terramoto recente venha demonstrar a ti que o mundo não para nunca, por muito que desejemos, por muito que fechemos os olhos. As coisas más continuam a acontecer.
O texto não é uma crítica à alegria, mas um lembrar, um mero lembrar. Porque acredito que é bom não esquecer. Acredito com todas as minhas forças. O facto de existirem pessoas que se lembram e lutam para contrariar as coisas, mesmo quando é Natal, faz a minha alegria pois me dá esperança. O facto de existirem pessoas que olham para o lado, não só no Natal, faz com que por momentos não goste do Homem.
Talvez a culpa seja minha pela brevidade e simplicidade do texto que possam a levar a interpretações erróneas do mesmo. Espero que compreendas um pouco melhor agora o objectivo. É verdade que estava a "calcar" um pouco o Natal, mas eu não escrevo para a Maria. Escrevo se sinto a necessidade de desabafar. E senti.
Por fim digo-te que não necessitas de ficar triste, basta apenas que te lembres e lutes, por que a meu ver é bem melhor que esquecer porque é Natal, ou porque é Ano Novo, ou porque é Páscoa, ou porque não apetece.
Talvez os teus valores sejam diferentes dos meus. Mas vou pensar um pouco mais nisso.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Vejo as ruas com filtro vermelho e dourado. A luz está em cada canto. Enfeites pirosos, frases balofas, consumismo exacerbado, hipocrisia e etc. Todas essas e muitas, muitas mais, coisas que nos fazem odiar o Natal.
E no entanto torna-se mais fácil sorrir. Um pequeno embrulho só para nós e o mundo parece um pouco melhor. Não o é. Há crianças a morrer à fome, pessoas a morrerem como resultado de guerras, de ódios, de ganância, escravatura, exploração, violência de todas as formas e feitios. Pobres esganados de fome e ricos com enfartes causados por gordura em excesso.
Mas enfim é Natal e para alguns hoje é um bom dia. Para eles: BOM NATAL. Para os outros: BOM ANO NOVO.

E só para lembrar quem acredita: Parabéns ao menino.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

No fundo

No fundo, no fundo, a culpa é do PR. Esse malvado, pervertido, sacana irresponsável. Como teve ele a lata de dissolver a assembleia? Ele devia era ter logo demitido o governo por incompetência. Mas não! Deu-lhe para ser um gajo porreiro e não envergonhar ainda mais o governo. E claro o Santa não compreende porquê. E pergunta. E volta a perguntar. E pergunta ainda uma vez mais. E continua sem compreender. E o PR diz: "Voçês sabem do que eu estou a falar". Mas eles não sabem. Convenhamos. O PR de facto até foi um gajo porreiro. O discurso não foi barroco. Ele tentou explicar. Mas o Santa não compreende. "Que fiz eu?" - pergunta-se. Mas eu compreendo a dificuldade de explicar do PR. Eu próprio não saberia por onde começar. Mas já lá diz o ditado: "Governo que nasce podre, cai fodido!"

Fiquei a saber que a Odete, a cara Odete, anda metida na revista à portuguesa. De política à revista. É sempre bom subir de nível de vez em quando.

quinta-feira, dezembro 02, 2004