segunda-feira, agosto 02, 2004

305

Nesse quarto de hotel a promessa de um futuro. Poderemos encontrar conforto no fim do mundo? Existirão palavras que possam ocupar este lugar vazio da cama? Existe um rumo ainda na cabeça de quem quer. Existe ainda a esperança lavada de um coração intrépido. Existe um cheiro que paira no ar.
De um cigarro apontamos à fronteira da ilusão. Na noite que veio e agora se levantou, compreendemos que nada será igual. Vemos os fantasmas seguir agora caminho para bem longe. Outros tomarão seu lugar. É agora tempo de despedidas, porque ficar é sofrer. O sangue corre espesso pelas veias salientes. É hora de dormir para que possamos acordar. É hora.
A porta fecha e tudo fica escuro. O caminho já não é a direito. 305, digo eu. 305. Não mais tenho mão. Caiu. Fica ali quieta no chão e eu não a apanharei. Um dia encontrá-la-ei de novo e direi "olá" e nada será como dantes.
E agora?

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